quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sábado, dia 04 de novemvro, às 19h

Uma equipe de publicitários transforma o saguão de um velho prédiono centro de São Paulo em um ambiente luxuoso, com a intenção de gravar um comercial. Em uma sucessão de incidentes cômicos, a diretora artística do anúncio fica presa no elevador junto com o cadáver de um velho morador do local e dois funcionários do Instituto Médico Legal que tinham ido buscar o corpo. Desesperada, pede ajuda e seu ajudante reúne um grupo de moradores para tentar arrumar o elevador. A partir daí a narração se divide em três planos: no saguão, onde há uma multidão fascinada com as filmagens; no elevador, com a convivência se tornando insuportável; e no terraço, com os moradores tentando arrumar o elevador. No caos daquele Sábado, encontramos um pequeno retrato da confusão entre o Primeiro e o Terceiro Mundo que se encontra em São Paulo.




Diretor: Ugo Giorgetti
Elenco: Otávio Augusto, Marilha Padilha, Giulia Gam, Tom Zé, Jô Soares, Elias Andreato, Renato Consorte.
Produção: Marçal Souza, Elifas Sueiro
Roteiro: Ugo Giorgetti
Fotografia: Rodolfo Sanches
Trilha Sonora: Mauro Giorgetti
Duração: 85 min.
Ano: 1996
País: Brasil
Gênero: Comédia

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sábado e Viver a vida

Dois filmes, um país
Gustavo Galvão*

Um dia condensado no tempo de um filme. Tanto no longa Sábado (Ugo Giorgetti, 1995) quanto no curta Viver a vida (Tata Amaral, 1991), toda a ação se desenrola ao longo de um dia em São Paulo. E os pontos de conexão entre o títulos reunidos neste programa não se resumem a esse detalhe. Ambos se apropriam de elementos de um cotidiano que beira o surreal para satirizá-lo de volta. Assim se tem um país (o Brasil) condensado em duas comédias desconcertantes. Fala-se muito desse Brasil que ora faz pose de potência, ora se envergonha da própria incapacidade de resolver uma série de problemas sociais e estruturais crônicos. Um país que se deslumbra facilmente com ilusões e que tem por hábito relativizar tudo – sobretudo os problemas.
Ao destrinchar esses e outros paradoxos brasileiros, transformando- os em uma seqüência de estereótipos extraordinários, Sábado é um caso particular. Isso porque Giorgetti não faz média com nada. Tudo o que acontece na trama, no decorrer da filmagem de um comercial de perfume, é explicitamente brasileiro.
Sábado, 8h30. Um prédio degradado no centro da metrópole é tomado por uma trupe de diretores, assistentes, técnicos e bajuladores. A filmagem interdita um elevador e o outro, desgastado por anos de serviço, fica inutilizado de repente – fato que proporciona cenas hilárias com Tom Zé, Otávio Augusto, Maria Padilha e Jô Soares. Impedidos de subir, os moradores e visitantes se contentam em acompanhar os trabalhos no térreo do outrora glorioso Edifício das Américas. Talvez por apatia. Talvez pelo prazer de observar a fauna que muda a rotina do lugar.
São inúmeras as subtramas que se estabelecem desde o começo, quando a diretora de arte vivida por Maria Padilha chega ao prédio. O que resulta disso é uma crítica feroz a uma sociedade que pode até relativizar os problemas, mas sempre esbarra na condição de terceiro-mundista. Nesse contexto, Giorgetti criou uma imagem perturbadora, em que uma assistente de produção joga restos de comida para dois mendigos. O que faz dessa imagem ser tão perturbadora? O gesto da assistente, que trata os mendigos como vira-latas? Os mendigos, que se acotovelam por migalhas? Ou seria a inserção de algo assim numa comédia? É improvável que tamanho contraste não tenha sido pensado. Esse plano acaba por definir o teor político de uma obra à prova de meios-termos.
Em Viver a Vida, no lugar de um edifício no centro de São Paulo, a cidade em si serve de fundo para a história de um office-boy. Ele se aproveita do descuido da chefe para tirar dela uns trocados a mais. O desconcertante nesse caso é a leveza das situações, apesar da carga intrínseca de nonsense e fatalidade. Tata Amaral se porta como uma cronista – que burila o estilo enquanto brinca com os clichês do cotidiano. Ao final do dia (e do filme), surpresa: tudo muda, mas tudo permanece igual. Paradoxal? Não, são coisas do Brasil.

* Gustavo Galvão atuou no jornal Correio Braziliense como crítico e repórter, entre 1996 e 2003. Formado em jornalismo pela Universidade de Brasília, fez especialização em cinema na Espanha. É curador de mostras audiovisuais e dirigiu sete curtas de ficção, entre eles o premiado A vida ao lado (2006), exibido em 25 festivais no Brasil e no exterior

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sugestão de filme: 15 de outubro, dia do professor.

Este profissional é uma peça fundamental na construção educacional e de vida de qualquer ser humano. Infelizmente, nos dias de hoje, o professor não tem o reconhecimento devido, seja ele financeiro ou até mesmo pelas pessoas a quem lecionou. A data é um dia para refletir sobre este grande mestre que ensina e muda a vida de muitos. Segue a sugestão:

O documentário de Rejane Zilles O Livro de Walachai se passa em Walachai, uma pequena comunidade alemã no sul do Brasil, onde vive o professor e agricultor Benno Wendling. Ele escreveu à mão a história do povoado em livro de caprichada caligrafia. O Livro de Walachai revela um Brasil muito diferente e desconhecido da maioria dos brasileiros.

domingo, 10 de outubro de 2010

É TUDO VERDADE, TERRA DEU TERRA COME NO CINECLUBE NOSSO TEMPO



Genero:  Documentário
Ano:  2010
País:  Brasil
Distribuidor:  VideoFilmes
Duração:  88 min.
Idioma:  Português
Direção:  Rodrigo Siqueira
Clasificação:  Livre
Data Lançamento nos cinemas:  01/10/2010
Data de exibição no Cineclube Nosso Tempo: 14/10/2010


Sinopse

Em "Terra Deu, Terra Come" não se sabe o que é fato e o que é representação, o que é verdade e o que é um conto, documentário ou ficção, o que é cinema e o que é vida, o que é africano e o que é mineiro, brasileiro. Pedro de Almeida, garimpeiro de 81 anos de idade, comanda como mestre de cerimônias o velório, o cortejo fúnebre e o enterro de João Batista, que morreu com 120 anos.

O ritual sucede-se no quilombo Quartel do Indaiá, distrito de Diamantina, Minas Gerais. Ao conduzir o funeral, Pedro desfia histórias carregadas de poesia e significados metafísicos, que nos põem em dúvida o tempo inteiro. A atuação de Pedro e seus familiares frente à câmera nos provoca pela sua dramaturgia espontânea, uma auto-mise-en-scène instigante.
Site: terradeuterracome.com.br

TERRA DEU TERRA COME

O Cineclube Nosso Tempo é mais um dos cines do Programa Cine Mais Cultura Que exibirá o filme Terra Deu Terra Come junto com o circuito comercial.


Data: 14/10/2010
Hora: 19h
Local: Teatro Armando Gonzaga (em frente ao Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes)


Não percam!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Tropa de elite

Sinopse do filme:
1997. O dia-a-dia do grupo de policiais e de um capitão do BOPE (Wagner Moura), que quer deixar a corporação e tenta encontrar um substituto para seu posto. Paralelamente dois amigos de infância se tornam policiais e se destacam pela honestidade e honra ao realizar suas funções, se indignando com a corrupção existente no batalhão em que atuam.

Mais informações no site oficial: http://www.tropadeeliteofilme.com.br

Dia 07 de outubro às 19h no Cineclube Nosso Tempo.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

TROPA DE ELITE

07/10 - 19h
Longa: Tropa de Elite, de José Padilha - Duração:118min.
Curta: 7 minutos, de Cavi Borges, Júlio Pecly e Paulo Silva - Duração: 7 min.
Classificação indicativa - 16 anos


domingo, 3 de outubro de 2010

Terra Deu, Terra Come

Com distribuição da VideoFilmes e da 7Estrelo Filmes, em parceria com os contemplados do Programa Cine Mais Cultura – do MINC, Terra Deu, Terra Come, será lançado simultanemante com mais de 800 cópias em todo o país a partir do dia 1º de outubro. Considerado pelos críticos como um documentário de linguagem inovadora, o filme inova também em sua estratégia de lançamento e entra em cartaz com dimensões comparáveis aos “blockbusters” americanos.

Tradicionalmente, os documentários brasileiros são lançados com pouquíssimas cópias e têm grande dificuldade de alcançar o público. Terra Deu, Terra Come inova porque incorpora à sua estratégia de distribuição um parque exibidor alternativo que tem larga escala e capilaridade nas capitais no interior do país.

O compromisso da produtora 7Estrelo Filmes e da distribuidora VideoFilmes é fazer com que o filme chegue a quem deve chegar, que é o público brasileiro. Seja em um cinema na região da avenida Paulista, da zona sul do Rio de Janeiro, em um cineclube no interior do Acre, no sertão mineiro ou no pantanal.

O programa Cine Mais Cultura, do governo federal, conta hoje com 821 pontos de exibição digital em todos os 27 estados do Brasil, em periferias das capitais e no interior dos estados. E faz chegar cinema a centenas de cidades que não possuem salas de exibição comercial.

Cada exibidor contemplado pelo Cine Mais Cultura receberá gratuitamente um kit do filme Terra Deu, Terra Come para a realização de exibições nos meses de outubro e novembro de 2010, simultaneamente ao período em que o filme estará em cartaz no circuito comercial de cinemas. A quantidade de espectadores destas sessões será oficialmente registrada, contabilizando assim o público do filme no circuito não-comercial conjuntamente ao público do circuito tradicional.

Ao gerar fato novo na grande imprensa, Terra Deu, Terra Come pretende também provocar uma ampla discussão sobre como a participação do circuito não comercial pode contribuir para fazer o cinema brasileiro chegar aos brasileiros. E de maneira incorporada aos lançamentos nacionais do circuito comercial.

Com a concentração de salas comerciais de cinema em apenas 8% do território nacional e a quantidade muito reduzida de obras audiovisuais brasileiras na TV, a maioria dos filmes produzidos no país permanecem inéditos para grande parte de sua população.

Por isso, não percam a estréia de Terra Deu, Terra Come no Cineclube Nosso Tempo.