segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Língua Portuguesa - Olavo Bilac

Língua Portuguesa

Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Língua

"Sendo a língua instrumento do espírito, não pode ficar estacionária quando este se desenvolve.
(...) A língua rompe as cadeias que lhe querem impor, e vai se enriquecendo já de outros modos diversos de locução.(...) A língua é a nacionalidade do pensamento, como a pátria é a nacionalidade do povo"

José de Alencar em Diva - 1865